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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dias de fingir e rir




Duas horas e vinte e três minutos do dia vinte e três de junho de dois mil e doze, como eu já disse alguma vez, talvez em silêncio, datas e minutos devem ser escritos por extenso, foi naquele minuto, já distante demais agora, que começou o nosso fim de semana que acabaria exatas quarenta e uma horas e quarenta e oito minutos depois, as vinte horas e onze minutos de um domingo chuvoso que não choveu.
Estás ali, vestida com tuas armaduras, os soldados te cercam e eu quase temo quando minha boca busca a tua( quase temer é o pior dos medos), dois mil e quinhentos e oito minutos antes de que as vistas( bem como tuas vestes) novamente e partas( repartida) a andar meu esquecimento, dois mil e quinhentos e oito minutos que guardarão meus sorrisos mais sinceros, e aumentarão ainda mais esse teu lugar que há muito abandonou o branco e o negro para inventar-se colorido nesse meu mar de cinza morno.
Cento e cinquenta mil quatrocentos e oitenta segundos( e esse cálculo foi bem difícil), foi o tempo em que coloquei meus ombros sobre os teus cabelos, por desastrado e fiz com que ficassem presos, foi o tempo exato na menor medida que meus conhecimentos matemáticos precários permitem, em que incomodei perguntando mil vezes se querias algo, eu sei, isso pode ser chato as vezes, mas eu sou um chato por natureza, não desses que se encontra em cada esquina, sou tão egocêntrico, que me considero um chato essencial.
Não sei, acho que não sou um sujeito que desperte paixões, fora aquelas que desperto pra mim mesmo, tenho meus encantos, diminutos em demasia perante os teus, tenho minhas histórias e também os meus segundos contigo, com o teu olhar sedutor, com a tua mão tocando na minha orelha me dizendo sem dizer- eu tô aqui- reclamando do filme que a gente acabou de ver, ou da tua voz mandando eu virar, pra não ver a musica que é minha e que vais colocar a tocar.
É algo sobre o jeito como você se move, pelo jeito como sorri, quando quer sorrir, ou quando não quer, pelo teu olhar bêbado nas madrugadas, abrindo o sorriso e fechando ainda mais o olho. Pela certeza de que no fim vais ganhar, mesmo que eu esteja inspirado naquele dia, por que sinuca, não é matemática, sorte, física, sinuca é achar a mira. Falas isso com toda a certeza do mundo, e eu concordo, por que quando estás sorrindo, não me resta outra coisa para fazer do que concordar.
É pelo jeito que você canta, não é único eu sei, você faz isso pra todos, mas naquele momento, por quase um segundo( como naquela canção), parece que é pra mim, mesmo que jamais seja, e de que importa isso,  só prova que a tua sedução funciona. Eu não consigo dizer muitas coisas, nem dentro dos milhares de segundos eu pude, às vezes me atrevo a uma ou duas, não é muito eu sei, mas não sou muito bom com o som, minhas ondas sonoras são sempre desafinadas, pode ser que eu tenha dito o quanto tu és importante e tenhas entendido que eu falava do teu desodorante, vai saber.
Por isso, esperei tu dormir, espero que a mensagem tenha chegado, apelei para o teu subconsciente vi uma vez em um daqueles documentários do Discovery que funciona muito melhor quando a pessoa está dormindo. Bom faz uma hora que eu estou escrevendo e o filme tocante do telecine touch, está quase no fim, parece que Romeu e Julieta se encontraram, com certeza estava tocando Echo, do Incubus, eu não sei está no mudo, o som da TV não deixava eu me concentrar. Eu sei, eu sei, não pode ser a musica de todos os filmes, eu sei que não é assim, como a idéia fixa de ter você só pra mim, mas deixa eu fingir e rir.

P.S: Depois de gastar papel, caneta e massa cinzenta pra fazer os cálculos que refletem os números acima, percebi, como haveria de ser( depois de tudo),  que o computador em que escrevo, tem calculadora.
P.S²: É alguma coisa no jeito que você tosse. 

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