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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Segundos de te esperar

Achei que ia demorar uma vida ou duas. Talvez durasse a eternidade, um dia mais ou ainda mais um depois disso. Achei que nada ia doer por muito tempo, por que toda dor, demora um pouco a ser capaz de doer. Achei que ia demorar uma vida, duas ou umas cinco ou seis. Não importa, vidas demais para se contar. Mas não, o medo do escuro, do silêncio, de cobras e aranhas, agora anda do lado desse medo( consumado) de não te ter aqui. Achei que mil supernovas se dariam( e não se deram?), que mil bombas explodiriam( e não explodiram?), antes que no fim, enfim, eu pudesse de novo aceitar que tenho lágrimas, que tenho essa fraqueza pelos teus olhos e pelos teus gestos que buscam doer em mim. Que sabes doer, que aprendestes a te instalar nesse lugar meu, que nem eu conheço direito. Talvez seja culpa da tua imprevisibilidade, das tuas loucuras, dos teus amores que não amas, por essa tua indecisão, pela mesma mão que me empurra ser a mão que me puxa, pela mesma voz que não sente nada por mim, ser a que diz que isso aqui só pode ser amor. Deve ser, por cada vez que eu me embriaguei nos teus cigarros, teus olhares que seduzem e me expulsam, deve ser pela tua cara rindo de mim, quando falo dessas coisas que se passam dentro de mim. Talvez seja pelo teu abraço depois daquele dia em que eu quase empacotei, pela primeira música que dissestes que era minha, pelos dias em que não nos vimos, pelas mensagens que não chegaram, e que talvez nunca mais cheguem, talvez seja por esse eterno talvez escrito na tua testa, nos teus olhos e no teu peito. É talvez, seja o talvez e talvez não seja, talvez sejam os dez anos de espera e essa espera de cada segundo, que cada segundo me faz te esperar.

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