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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Vida Quando...

A vida quando passado, quando o amanhã já venceu o ontem em um hoje eterno e imutável não é efetivamente nada do que se fez, do que se viveu e sim do que se lembra ter vivido e principalmente da forma como se conta essa história para si e para os outros.
A vida quando ultrapassa o meio dia dos dias, quando se aproxima do destino crepuscular é um arremedo de memórias que não se tem com lembranças inventadas que são mais reais que qualquer dia monótono de realidade.
A vida é uma carta enviada há muito tempo e quando a entendemos, se um dia a entendermos de algum modo, como diria o Gabo, de nada vai servir, pois, a sabedoria só chega depois que já não serve para nada. E nessa carta, cheia de amores e amigos( a maioria inventados) e de dias felizes( que só o foram depois de haver passado) está gravado o destino. Mas não aquele destino apregoado como divino, e sim, o outro, aquele que professamos, nossa história é sim escrita por nós.
A vida quando noite conhece as estrelas, as vivas, as mortas, as que brilham para que haja amor no universo, para que haja poesia fugindo da mão dos poetas, para que haja fantasia quando tudo é cinza e concreto. A vida quando noite é o sorriso da mulher que nos faz sorrir, é o sonho no olhar daqueles que ainda se atrevem a fazê-lo.
A vida quando fim, quando póstuma é aquela carta voando ao léu, é o tempo eternizado de ter estado vivo, a vida, essa que é nossa, nosso tesouro maior, essa que não teme nada além de sua própria força é essa história contada, essa mistura incessante de quem somos, das coisas que fazemos, com quem queremos ser e com as coisas que queríamos ter feito.

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