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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pelos corredores do teu riso

Estar contigo é algo que converge sempre( ou quase sempre, que no fim é o mesmo) ao paradoxo. É uma sensação híbrida, como o medo( pavor seria mais exato) de altura que possuo e o prazer da descida voraz, é um ser misto das coisas que não posso fazer, mas que do teu lado( naqueles instantes que em insistem em ser nossos) parecem possíveis, críveis, reais. É o despertar às quatro da manhã para escrever-te, e brigar contra o sono para que as palavras que te pertencem e sempre te pertencerão, encontrem o papel, para depois, completar o seu intento e encontrar com teu olhar.
Pouco me importa se no outro dia o despertar me emprestar um sono de eternidade e que meus olhos grandes fiquem pesados em demasia, e que meus passos, por natureza desconexos, se tornem ainda mais trôpegos do que o habitual. Pouco importa isso, ou muito importa o fato de que minhas palavras, essas que agora exalam de mim, e vão deixando minha vida no suor do papel, precisam ser tuas, precisam que as encontre, são egoístas elas também.
Enfim, no fim, por fim, desta feita, venho falar-te das coisas tuas, essas coisas tuas que teimam em andar comigo, dentro dos meus passos, dos meus versos, das minhas coisas espalhadas pelo chão do quarto. Caminhando com teu nome impresso, sussurrando um verso ou dois para que depois, em algum ponto das minhas malfadadas linhas eu te faça sorrir.
No fim, por fim, enfim, isso tudo, o que veio antes deste parágrafo final, e o que virá depois( pois há de verter sempre algo novo), se resume ao teu sorriso que algumas vezes ainda é o mesmo de há tanto tempo, de há tempo demais, quando éramos infância em um coleginho pequeno que vive agora apenas na memória. Ainda é o mesmo sorriso, e é a ele que me prendo, e é ele que me prende a fumaça dessas noites desmemoriadas. Sois, por fim, enfim, no fim, passado e presente em uma equação( que nada tem de matemática) quase insolúvel, quase invisível,quase inaudível, mas que ecoa lentamente pelos corredores do teu riso.

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