Vou com meus pedaços, inscritos num papel que não conhece meus dedos, despejados até os teus olhos. Para que me leias, para que me entendas, e para que me digas as coisas que tens de me dizer, sobre as aves que devem voar juntas, para que teus passos sejam decididos e marcados, como devem ser os passos teus, leves e sutis a carregar teus olhos claros.
Vou com meus pedaços, com o melhor que me tenho, que tenho em me ter, e que agora vou mandando para que decifres( arrogante mania de achar que sou um enigma), para que acompanhes quase como se eu fosse um livro( pois te acompanho, como acompanho o melhor romance do Garcia Márquez).
Vou em meu vôo de asas pequenas, mas eternas em seu vôo trôpego. Vôo e vou voando sobre os universos da chuva que te molha enquanto caminhas e emprestas teu sorriso ao mundo. Enquanto me banho na minha chuva de mentira, nas canções que o Chico fez para que eu soubesse que estou vivo e que isso é muito mais do que existir.
Vou em minhas passadas de caminhante sem caminhos. Caminhando as utopias que me tem e que me fazem quem sou, exatamente o cara que deveria ser, e que me levam a todos os lugares onde eu deveria estar. Os únicos lugares em que eu deveria ter estado para que meus passos se cruzassem com os teus e que nossas pernas se perdessem nesse emaranhado de idéias não mentais. Nesse mundo de outros mundos que contém os sentimentos que quase não se explicam, mas que ainda assim estão explicados em nós.Num sorriso, numa gota de chuva, numa canção do Chico.
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