Pesquisar

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PORVIR

A vida não mudou tanto assim, segue simples como sempre foi. Do único jeito que ela sabe ser, a gente que se complicou em cada passo torto, em cada pé posto no sapato errado, a cada estrada que havia em nosso caminho e preferimos a cadeira insinuante que nos oferecia pra sentar.
A vida não mudou quase nada, ainda é simples como um verso do Chico. Tem a mesma graça que uma noite regada a samba, vinho e amor. Tem o mesmo gosto daquele prato que só sua avó sabe fazer. O mesmo cheiro do perfume dela, aquela que você sabe como cheira.
A vida mudou um pouquinho. Mudou a gente, mesmo que não tenha sido esse seu intento. Nos deu tantas coisas que nós fomos perdendo pelo caminho, somente para encontrar outras que valessem mais( ou menos) não importa. Apenas restou de nós, tudo o que somos e que é imutável, aquelas coisas que sempre foram nossos maiores defeitos e que as pessoas sempre criticaram, mas que é o que nos define, e define quem nos ama e a quem amaremos.
A vida mudou um bocado, por que as coisas mudam, achar que tudo vai ficar igual é a verdadeira utopia. Achar que não seremos livres, de espírito, de alma, de corpo. A vida mudou suas estações e depois foi mudando as nossas, nos deu primaveras nos seus invernos mais rigorosos, outonos de tristeza nos mais quentes verões. É a vida mudou a gente, e a gente mudou a vida, mudou de vida, mudou nossos tempos. Que saudade de quando a vida era simples, quando a gente era simples. Quando complexo era apenas o porvir.

Um comentário: