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sábado, 2 de julho de 2011

De Macondos a um Arco Íris

As pessoas não lêem hoje em dia. Ao menos não as coisas que deveriam ler, ficam presas a amenidades culturais, revistas de fofoca, de moda, sessões frias como o concreto sobre o mercado financeiro. Tem olhos, mas não vêem, bocas mas não sussurram as palavras certas, simplesmente, por que jamais as leram, elas, as palavras certas.
Como viver nesse mundo cinzento, sem os sóis brilhantes escondidos sob as camadas mais finas dos poemas de Quintana. Sem as seculares aventuras saídas da mente de Jules Verne, sem jamais ter cavalgado sobre Rocinante, sendo Quixote ou Quijano, Sancho Pança quiçá. Como ser um latino americano inato, sem conhecer os imortais caminhos de Macondo, a estirpe dos Buendía e seu destino inigualável.
Como saber do que se trata o amor, sem derramar as lágrimas do jovem Werther, ao ver-se derrotado pelo sorriso inebriante de sua Charlotte, em um tempo, em que os calendários tinham outras cores e os poetas nomes portentosos.
Como saber o que é paz sem entender o silêncio de uma estrela, morta e viva ao mesmo tempo, enviando um brilho que já não possui através do espaço, simplesmente para que amantes presentes, ou futuros, possam contemplá-las. Como existir, sem entender as coisas mudas, escondidas nos fólios das histórias que temos de conhecer. Como ser feliz, sem entender, que a felicidade é um caminho construído pela mente e pelo corpo quando unidos, quando um só.
Para todas as Marias e os Joãos que ainda não lêem, que ainda não emprestam seu tempo, sua atenção e seus olhares para o papel, e para os sonhos ali contidos. Falemos, pois de utopias, das fantasias que os homens( e as mulheres) precisam pra estar vivos, para que seus dias tenham a força de um arco Iris de som e de luz .

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