As ondas quebrando na praia recordam-me Virginia Woolf, há algo de terminal em cada partícula de mar chocando-se contra rochas que inexoravelmente vão sendo derrotadas em uma guerra com milhões de batalhas que os livros de história não contam.
Volto a Virginia Woolf, a mulher original. Creio que posso descrevê-la assim, afinal, o grito represado da mulher tomou forma com seus versos, sua tristeza e seu brilhantismo. As mães da praça de maio, são por que não, filhas de versos de Virginia.
Não que possamos entendê-las, as mulheres, afinal, são bem como as ondas do mar, seres terminais, cheios de mortes e renascimentos. Reinventados e remontados, sem jamais esmorecer, são Virginia’s todas elas, tristes como um fim de tarde chuvoso, alegres como o mais belo dia da primavera, e tudo ao mesmo tempo.
Cecília Meirelles, comparou-se a lua, em suas fases e faces, fechadas, abertas, frias e inebriantes. São assim, Cecília’s todas elas, luas novas nos dias que nos fazem pensar que não poderemos ser mais felizes, minguantes quando nos convencem que a culpa de todas as culpas é nossa, e que de uma forma ou outra a nossa lineariedade faz com que nunca possamos fazê-las felizes.
São morte e são vida, trazem a delicadeza até em seus gestos mais duros, são dóceis e cruéis, Cecília e Virginia, sabiam disso, creio que no fundo todas as mulheres sabem, se um dia me perguntarem o que é a vida, eu sem dúvida alguma, responderei:A vida? Bem, a vida é uma mulher.
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